Reproduzimos abaixo reportagem de Caroline Garske publicado no site do Jornal O informatico do Vale no Sábado, dia 17 de outubro de 2020, com o título "Reinício para celulares apreendidos" - Iniciativa do Ministério Público de Lajeado entregou celulares encontrados no Presídio Estadual de Lajeado para alunos de duas escolas.
A iniciativa do Ministério Público (MP) de Lajeado replicou o projeto Alquimia II da Promotoria de Osório, que na metade deste ano reutilizou aparelhos celulares apreendidos no presídio da cidade para doar a alunos. O objetivo é beneficiar crianças e adolescentes que não têm acesso a dispositivos eletrônicos para
As primeiras instituições contempladas foram a Escola Estadual de Ensino Médio Santo Antônio e a Escola Estadual de Ensino Fundamental São João Bosco, ambas localizadas em bairros vulneráveis de Lajeado. A idealizadora do projeto no município é a 2ª promotora de Justiça Criminal Ana Emília Vilanova, que comenta que teve o pronto envolvimento e apoio do delegado de polícia Alex Assmann, do presidente da Associação Lajeadense Pró-Segurança Pública (Alsepro), Fabrício Schneider, e da loja Ponto Forte, que ficou responsável pelo conserto dos celulares.
Conforme Ana Emília, na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), que é para onde são encaminhadas as apreensões, havia 40 aparelhos. No entanto, 15 puderam ser reutilizados e foram divididos entre as duas instituições de ensino. "Me sinto realizada com um objeto que iniciou de uma forma ilícita agora possa ser usado para fazer o bem. A educação é tudo", salienta a promotora.
Situada no Bairro Santo Antônio, a escola que leva o mesmo nome da comunidade também foi contemplada com o Projeto Alquimia II. O aluno do 6º ano, Jardel Eduardo Gomes Nunes (13), tem muitos sonhos para o futuro, mas para isso, sabe que precisa estudar. "Durante a pandemia foi mais ou menos difícil, às vezes eu fazia as atividades no meu colega", relata o menino.
Já para o estudante do 7º ano, Natan Couto de Moura (12), que mora com a avó Terezinha dos Santos de Oliveira (69), foi difícil acompanhar as aulas. "Eu e meu marido não sabemos ler e escrever, e a gente vinha aqui pedir ajuda para os professores", conta Terezinha. "Tem que estudar para ser alguém na vida, né", afirma Natan.
Conforme a diretora da escola, Nadir Hartmann, para selecionar os alunos que receberam os aparelhos, foi observado o empenho deles. "Reconhecemos esse esforço, nossa lista é bem maior, mas vocês são os primeiros e sabemos que vão fazer bom uso, porque sabemos que a escola é importante para vocês", dirigiu-se Nadir aos estudantes.
A vice-diretora Andrea Reckziegel alerta sobre o compromisso firmado durante a entrega. "Nós vamos estar cobrando isso de vocês, acompanhando, se estão fazendo as atividades, se estão entrando nos links das salas de aulas. Podemos construir uma vida muito melhor estudando.""
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