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Profª Andréia - Turma 11 |
Um belo dia um vírus chega, se instala e invade nossos dias, dita nossas idas e vindas à lugares onde antes tínhamos total liberdade de ir e vir. Ele chega, fecha lojas, fecha escolas e nos obriga a nos distanciar. Um abraço agora é um desejo
adiado, reuniões, brincadeiras entre crianças, amigos e adolescentes é algo para mais adiante. E nesse emaranhado de indecisões , angústias e medos, estamos você e eu. Sou professora, a professora do 1 ano do Ensino Fundamental da E.E.E.M. Santo Antônio, alguém que está quebrando a cabeça, pesquisando, criando estratégias para que meus alunos, pequenos e em fase de alfabetização, tenham meu melhor ainda que não esteja diariamente lá com eles, assim como me preocupo em ofertar atividades que possibilitem descobertas, aprendizagem mas que não sobrecarreguem as famílias. Muitos dos meus dias são tomados de áudios, vídeos, dúvidas e por vezes apenas de um “OI”. A forma de aproximação que a escola encontrou foi criar grupos no whatsapp que confesso, no começo aceitei receosa de não dar certo, mas deu! Quase que diariamente alguém faz contato, para tirar uma dúvida de atividade, pedir sugestões e por aí vai. Criamos um vínculo e ele nos aproxima e ajuda na tarefa da aprendizagem, mas também de demonstrar o quanto nos preocupamos não só com as atividades em si, mas com o bem estar deles e até de matar a saudade. Em uma dessas situações, cito o aluno Vinícius, filho da Katherine Voelz e Jair Wadenphul, um menino um pouco tímido no começo achando que ia ser difícil, mas com olhos brilhantes e curiosos. Lembro do dia em que me olhou ainda nos primeiros dias de aula, e disse: “ não sei escrever meu nome, você me ensina?”, olhei para aquele rosto esperto e
sedento de matar a curiosidade e lhe dei a fichinha com seu nome, pedi que desse uma boa olhada nela e tentasse, caso não conseguisse faríamos juntos. Dei-lhe espaço para tentativa indo atender um colega, mas observando de canto de olho sua atitude, com calma observou, segurou firme o lápis e... de repente: “ Eu fiz!!” foi a comemoração de quem só precisava de um pequeno incentivo e realmente ele fez! Coisas assim me deixam orgulhosa, não de mim, mas da capacidade deles em confiar nos seus próprios “poderes”. Mas aí, quando vimos as aulas foram suspensas e o fazer as atividades deles seguem à distância, em casa, junto das suas famílias, e para me encantar vêm os vídeos, que me dão a certeza de que estou no caminho certo, quando uso horas e horas planejando pra eles. Para alguns as tarefas escolares tem sido trabalhosa, mas a maioria faz, manda foto, pede se está bom, se é assim , e se sente orgulhosa de fazer parte desta etapa já que o que temos é uma parceria...eu daqui e eles de lá por um bem maior. Quando ouço alguém dizer que os pais estão fazendo nosso trabalho eu digo
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NÃO, vocês NÃO estão fazendo nosso trabalho, bem como nós, professores, não tomamos seus lugares na vida de seus filhos. Esse é um momento de cooperação! Nós fazemos aqui para que vocês possam executar aí, e tenham certeza que gostaríamos de estar interagindo com eles, lado a lado lá na escola! Então, vamos nos apoiar! Nós não sabemos ministrar aulas à distância, vocês não estão preparados para aplicar essas aulas, mas estamos juntos porque acreditamos em nossas crianças, porque acreditamos na Educação! E que, no final, possamos, juntos, dizer que EVOLUÍMOS frente à pandemia e, através do distanciamento, nos aproximamos ainda mais! Porque a Educação só acontece diante da parceira entre família e escola - separados, mas juntos. Que momentos como este do vídeo onde o Vinícius faz seus primeiros cálculos e demonstra surpresa com sua própria capacidade, deixe a certeza do orgulho que seus pais, que têm sido ótimos parceiros neste
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processo, eu, como professora e toda a escola em si, sentem de termos alunos como ele, esforçados
e dedicados e que mesmo sendo grandes vítimas deste processo todo, compreendem
a importância de aprender e da EDUCAÇÃO em si.
Professora Andréia Francisca dos Santos
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