"A força da alienação vem dessa fragilidade dos indivíduos que apenas conseguem identificar o que os separa e não o que os une." Milton Santos
Fonte - paulo_freire_brasil
Fonte - paulo_freire_brasil
"Consumo" do grupo
Plebe Rude
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Tomei uma coca
cadê o sorriso? Gastei dinheiro e fiquei liso
Cale a boca e consuma
Cale a boca e consuma você não tem o direito de duvidar
Comprei de tudo
a prestação o SPC é o meu caixão
Cale a boca e consuma
Cale a boca e consuma você não tem o direito de duvidar
Consumidor
que não reclama paga filé come banana
Cale a boca e consuma
Cale a boca e consuma você não tem o direito de duvidar
Compositores: plebe
rude
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EU, ETIQUETA
Em minha calça está grudado um nome que não é meu de batismo ou de cartório, um nome... estranho. Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na boca, nesta vida. Em minha camiseta, a marca de cigarro que não fumo, até hoje não fumei. Minhas meias falam de produto que nunca experimentei mas são comunicados a meus pés. Meu tênis é proclama colorido de alguma coisa não provada por este provador de longa idade. Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, minha gravata e cinto e escova e pente, meu copo, minha xícara, minha toalha de banho e sabonete, meu isso, meu aquilo, desde a cabeça ao bico dos sapatos, são mensagens, letras falantes, gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidência, costume, hábito, premência, indispensabilidade, e fazem de mim homem-anúncio itinerante, escravo da matéria anunciada. Estou, estou na moda. É duro andar na moda, ainda que a moda seja negar minha identidade, trocá-la por mil, açambarcando todas as marcas registradas, todos os logotipos do mercado. Com que inocência demito-me de ser eu que antes era e me sabia |
tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Carlos Drummond de Andradeser pensante, sentinte e solidário com outros seres diversos e conscientes de sua humana, invencível condição. Agora sou anúncio, ora vulgar ora bizarro, em língua nacional ou em qualquer língua (qualquer, principalmente). E nisto me comparo, tiro glória de minha anulação. Não sou - vê lá - anúncio contratado. Eu é que mimosamente pago para anunciar, para vender em bares festas praias pérgulas piscinas, e bem à vista exibo esta etiqueta global no corpo que desiste de ser veste e sandália de uma essência tão viva, independente, que moda ou suborno algum a compromete. Onde terei jogado fora meu gosto e capacidade de escolher, minhas idiossincrasias tão pessoais, tão minhas que no rosto se espelhavam e cada gesto, cada olhar cada vinco da roupa sou gravado de forma universal, saio da estamparia, não de casa, da vitrine me tiram, recolocam, objeto pulsante mas objeto que se oferece como signo de outros objetos estáticos, tarifados. Por me ostentar assim, tão orgulhoso de ser não eu, mas artigo industrial, peço que meu nome retifiquem. Já não me convém o título de homem. Meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente. |
“A vida é um rio Estamos no mesmo barco Remaremos juntos Pra onde vai esse rio Ainda não sabemos Mas, remaremos juntos Ainda temos estrelas pra alcançar Sonhos pra sonhar Flores pra regar Mas, precisamos fazer isso juntos E vamos fazer isso juntos Ô ô ô ô Não seremos os mesmos jamais Ô ô ô ô Se a gente falar menos e agir mais” |