Por Eric P. Krug, Professor e Supervisor PIBID Univates
O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é mais do que uma data
simbólica; é uma oportunidade de reflexão e reconhecimento do papel do povo
negro na formação da sociedade brasileira. Instituído em memória de Zumbi dos
Palmares, um dos maiores líderes da resistência contra a escravidão, esse dia
nos convida a revisitar a história, valorizar a cultura afro-brasileira e,
principalmente, refletir sobre o racismo estrutural que ainda persiste. Como professor de Língua Portuguesa, percebo diariamente a importância de abordar esse tema com profundidade e sensibilidade. A escola, sendo um espaço de construção de conhecimento e formação cidadã, é um dos principais locais para fomentar o respeito à diversidade e combater preconceitos. Foi a partir da Lei 10.639/03 que esse debate ganhou força no ambiente escolar, essa legislação tornou obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nas escolas, reconhecendo a importância de destacar a contribuição dos negros na formação do Brasil.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) também reforça a necessidade de trabalhar o tema de forma transversal, promovendo uma educação antirracista que valorize as expressões culturais afro-brasileiras, como o samba, a capoeira e o candomblé. Além disso, as matrizes curriculares de muitas escolas têm incorporado esse conteúdo, abordando a pluralidade cultural como um aspecto essencial para a formação de cidadãos críticos e engajados.
Em minhas aulas, tento explorar o tema de forma integrada, utilizando textos literários de autores negros como Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo e Machado de Assis. Esses textos não apenas enaltecem a cultura afro-brasileira, mas também ajudam os estudantes a refletirem sobre questões de desigualdade, discriminação e representatividade. A literatura é uma poderosa ferramenta para provocar debates e ampliar os horizontes dos alunos, mostrando-lhes o valor de narrativas plurais.
No entanto, trabalhar a Consciência Negra na escola vai além de cumprir o currículo. Trata-se de criar um espaço de diálogo, onde alunos de diferentes origens possam se sentir acolhidos e representados. Isso significa repensar práticas pedagógicas, promover atividades que celebrem a diversidade e envolver toda a comunidade escolar na valorização da história e da cultura negra.
O Dia da Consciência Negra nos lembra que ainda há muito a ser feito para combater o racismo e promover a igualdade. Como educadores, temos o papel de plantar as sementes do respeito e da empatia nas futuras gerações, acreditando que a educação é o caminho mais eficaz para construir uma sociedade mais justa e inclusiva.
Ao ensinar sobre a Consciência Negra, não estamos apenas resgatando memórias ou reparando erros históricos. Estamos também formando cidadãos que reconhecem a importância de lutar por um país onde a diversidade seja motivo de orgulho, e não de exclusão. Afinal, a verdadeira transformação começa com a educação
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ESCOLA RESTAURATIVA
"Valorização do ser humano e do meio em que vive, em busca de transformação."
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