EEEM Santo Antônio 27 anos de compromisso com a comunidade! ESCOLA RESTAURATIVA "Valorização do ser humano e do meio em que vive, em busca de transformação." |
domingo, 7 de julho de 2024
Casa arrumada
terça-feira, 31 de outubro de 2023
Dia Nacional da Poesia
Estátua em homenagem ao poeta Carlos Drummont de Andrade, no RJ |
O Dia Nacional da Poesia teve origem com a Lei número 13.131, de 3 de junho de 2015. Essa lei instituiu o Dia Nacional da Poesia em homenagem ao escritor Carlos Drummond de Andrade. Assim, para essa comemoração, foi escolhido o dia do aniversário do poeta, isto é, 31 de outubro.
A poesia é um gênero de texto que apresenta maior dificuldade de compreensão ou interpretação por parte de leitores. Isso porque ela lida com a plurissignificação e com a ambiguidade, elementos que a tornam uma obra de arte. Em um tempo em que as pessoas vivem apressadas e com múltiplas tarefas, é mais tentador escolher uma narrativa simples e direta.
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segunda-feira, 3 de abril de 2023
Sobre Eriberto e seu Cãozinho
Nesta semana santa,
comovi-me diante de um catador de papel e morador de rua. Ele passa todos os
dias em frente ao meu trabalho. Detalhe: sempre acompanhado de seu fiel e
magérrimo cãozinho.
Eriberto, disse-me que não aceitou a oferta
generosa de uma ONG que queria lhe dar um abrigo com dignidade. Razão de não
ter aceito a generosidade: “ Eles me disseram que eu não poderia levar o Piloto
para morar comigo”.Vendo esta cumplicidade existencial entre o
pequeno animal e seu dono entendi um pouco mais o poema do Drummond (Consolo na Praia):
A infância está perdida.
A mocidade está perdida
as a vida não se perdeu.
O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.
Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis carro, navio, terra.
Mas ainda tens um cão...
Interpretei a cena que vi como sendo mais uma lição de que nosso olhar não deve focar as nossas vias-sacras e sim as ressurreições constantes que a vida nos oferece. Noites que se transformam em manhãs, invernos que se tornam primaveras, lagartas que se metamorfoseiam em borboletas...Ou um cãozinho, com seu olhar de amigo, que nos comprova o valor da lealdade". (Dedicado a Rita que sabe cuidar bem do seu cãozinho) Carlos Alberto Rodrigues Alves Fonte - pensador
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segunda-feira, 2 de janeiro de 2023
Foi-se a Copa?
Foi-se a Copa? Não
faz mal.
Adeus chutes e
sistemas.
A gente pode, afinal,
cuidar de nossos
problemas.
Faltou inflação de pontos?
Perdura a inflação de fato.
Deixaremos de ser tontos
se chutarmos no alvo exato.
O povo, noutro
torneio,
havendo tenacidade,
ganhará, rijo, e de cheio,
A Copa da Liberdade.
Carlos Drummond de Andrade
(DRUMMOND DE ANDRADE,
Carlos, Poesia e prosa, Rio de Janeiro: Nova Aguiar, 1992, PP. 1111) Fonte - pensador
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domingo, 31 de março de 2019
Carlos Drumond de Andrade e Plebe Rude
"Consumo" do grupo
Plebe Rude
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Tomei uma coca
cadê o sorriso? Gastei dinheiro e fiquei liso
Cale a boca e consuma
Cale a boca e consuma você não tem o direito de duvidar
Comprei de tudo
a prestação o SPC é o meu caixão
Cale a boca e consuma
Cale a boca e consuma você não tem o direito de duvidar
Consumidor
que não reclama paga filé come banana
Cale a boca e consuma
Cale a boca e consuma você não tem o direito de duvidar
Compositores: plebe
rude
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EU, ETIQUETA
Em minha calça está grudado um nome que não é meu de batismo ou de cartório, um nome... estranho. Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na boca, nesta vida. Em minha camiseta, a marca de cigarro que não fumo, até hoje não fumei. Minhas meias falam de produto que nunca experimentei mas são comunicados a meus pés. Meu tênis é proclama colorido de alguma coisa não provada por este provador de longa idade. Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, minha gravata e cinto e escova e pente, meu copo, minha xícara, minha toalha de banho e sabonete, meu isso, meu aquilo, desde a cabeça ao bico dos sapatos, são mensagens, letras falantes, gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidência, costume, hábito, premência, indispensabilidade, e fazem de mim homem-anúncio itinerante, escravo da matéria anunciada. Estou, estou na moda. É duro andar na moda, ainda que a moda seja negar minha identidade, trocá-la por mil, açambarcando todas as marcas registradas, todos os logotipos do mercado. Com que inocência demito-me de ser eu que antes era e me sabia |
tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Carlos Drummond de Andradeser pensante, sentinte e solidário com outros seres diversos e conscientes de sua humana, invencível condição. Agora sou anúncio, ora vulgar ora bizarro, em língua nacional ou em qualquer língua (qualquer, principalmente). E nisto me comparo, tiro glória de minha anulação. Não sou - vê lá - anúncio contratado. Eu é que mimosamente pago para anunciar, para vender em bares festas praias pérgulas piscinas, e bem à vista exibo esta etiqueta global no corpo que desiste de ser veste e sandália de uma essência tão viva, independente, que moda ou suborno algum a compromete. Onde terei jogado fora meu gosto e capacidade de escolher, minhas idiossincrasias tão pessoais, tão minhas que no rosto se espelhavam e cada gesto, cada olhar cada vinco da roupa sou gravado de forma universal, saio da estamparia, não de casa, da vitrine me tiram, recolocam, objeto pulsante mas objeto que se oferece como signo de outros objetos estáticos, tarifados. Por me ostentar assim, tão orgulhoso de ser não eu, mas artigo industrial, peço que meu nome retifiquem. Já não me convém o título de homem. Meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente. |