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terça-feira, 31 de outubro de 2023

Dia Nacional da Poesia

Estátua em homenagem ao poeta
Carlos Drummont de Andrade, no RJ




"O Dia Nacional da Poesia é 31 de outubro.
O Dia Nacional da Poesia teve origem com a Lei número 13.131, de 3 de junho de 2015. Essa lei instituiu o Dia Nacional da Poesia em homenagem ao escritor Carlos Drummond de Andrade. Assim, para essa comemoração, foi escolhido o dia do aniversário do poeta, isto é, 31 de outubro.
A poesia é um gênero de texto que apresenta maior dificuldade de compreensão ou interpretação por parte de leitores. Isso porque ela lida com a plurissignificação e com a ambiguidade, elementos que a tornam uma obra de arte. Em um tempo em que as pessoas vivem apressadas e com múltiplas tarefas, é mais tentador escolher uma narrativa simples e direta.
Porém, é porque a poesia exige mais de nossa intelectualidade que ela tem tanto valor. Afinal, ela permite que atinjamos o máximo de nosso intelecto e de nossa sensibilidade. Assim, o Dia Nacional da Poesia se torna tão importante, já que é mais uma oportunidade de incentivo a esse tipo de leitura."   Fonte - brasilescola

EEEM Santo Antônio 26 anos de compromisso com a comunidade!
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"Valorização do ser humano e do meio em que vive, em busca de transformação."
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segunda-feira, 3 de abril de 2023

Sobre Eriberto e seu Cãozinho

Nesta semana santa, comovi-me diante de um catador de papel e morador de rua. Ele passa todos os dias em frente ao meu trabalho. Detalhe: sempre acompanhado de seu fiel e magérrimo cãozinho.
Eriberto, disse-me que não aceitou a oferta generosa de uma ONG que queria lhe dar um abrigo com dignidade. Razão de não ter aceito a generosidade: “ Eles me disseram que eu não poderia levar o Piloto para morar comigo”.
Vendo esta cumplicidade existencial entre o pequeno animal e seu dono entendi um pouco mais o poema do Drummond (Consolo na Praia):

          Vamos, não chores.
          A infância está perdida.
          A mocidade está perdida
          as a vida não se perdeu.
          O primeiro amor passou.
          O segundo amor passou.
          O terceiro amor passou.
          Mas o coração continua.
          Perdeste o melhor amigo.
          Não tentaste qualquer viagem.
          Não possuis carro, navio, terra.
          Mas ainda tens um cão...
Interpretei a cena que vi como sendo mais uma lição de que nosso olhar não deve focar as nossas vias-sacras e sim as ressurreições constantes que a vida nos oferece. Noites que se transformam em manhãs, invernos que se tornam primaveras, lagartas que se metamorfoseiam em borboletas...Ou um cãozinho, com seu olhar de amigo, que nos comprova o valor da lealdade". (Dedicado a Rita que sabe cuidar bem do seu cãozinho) Carlos Alberto Rodrigues Alves   Fonte - pensador
Carlos Alberto Rodrigues Alves - Licenciatura em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras TUIUTI, graduação em Teologia - Seminário Presbiteriano do Sul e pós Graduação pelo CEBI / Faculdade Metodista de São Paulo. Tem mestrado em Engenharia da Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina.

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segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Foi-se a Copa?

“Foi-se a Copa?
24/06/1978

Foi-se a Copa? Não faz mal.
Adeus chutes e sistemas.
A gente pode, afinal,
cuidar de nossos problemas.

   Faltou inflação de pontos?
   Perdura a inflação de fato.
   Deixaremos de ser tontos
   se chutarmos no alvo exato.

O povo, noutro torneio,
havendo tenacidade,
ganhará, rijo, e de cheio,
A Copa da Liberdade.

Carlos Drummond de Andrade
(DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos, Poesia e prosa, Rio de Janeiro: Nova Aguiar, 1992, PP. 1111)                       Fonte - pensador


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domingo, 31 de março de 2019

Carlos Drumond de Andrade e Plebe Rude

Abaixo socializamos a música "Consumo" do grupo Plebe Rude. Música que serviu junto com o poema "Eu etiqueta" de Carlos Drumond de Andrade, como ponto de reflexão para o trabalho realizado nas aulas de Língua Portuguesa com a professora Isolde Villa Brust com os alunos do 3º Ano do Ensino Médio - "A felicidade depende do consumo?"
"Consumo" do grupo 
Plebe Rude

Tomei uma coca
cadê o sorriso?
Gastei dinheiro
e fiquei liso
Cale a boca e consuma
Cale a boca e consuma
você não tem o direito de duvidar
Comprei de tudo
a prestação
o SPC
é o meu caixão
Cale a boca e consuma
Cale a boca e consuma
você não tem o direito de duvidar
Consumidor
que não reclama
paga filé come banana
Cale a boca e consuma
Cale a boca e consuma
você não tem o direito de duvidar
Compositores: plebe rude

EU, ETIQUETA

Em minha calça está grudado um nome
que não é meu de batismo ou de cartório,
um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
que jamais pus na boca, nesta vida.
Em minha camiseta, a marca de cigarro
que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto
que nunca experimentei
mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
de alguma coisa não provada
por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
minha gravata e cinto e escova e pente,
meu copo, minha xícara,
minha toalha de banho e sabonete,
meu isso, meu aquilo,
desde a cabeça ao bico dos sapatos,
são mensagens,
letras falantes,
gritos visuais,
ordens de uso, abuso, reincidência,
costume, hábito, premência,
indispensabilidade,
e fazem de mim homem-anúncio itinerante,
escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
seja negar minha identidade,
trocá-la por mil, açambarcando
todas as marcas registradas,
todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
eu que antes era e me sabia
tão diverso de outros, tão mim mesmo,
ser pensante, sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
de sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio,
ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comparo, tiro glória
de minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
para anunciar, para vender
em bares festas praias pérgulas piscinas,
e bem à vista exibo esta etiqueta
global no corpo que desiste
de ser veste e sandália de uma essência
tão viva, independente,
que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
minhas idiossincrasias tão pessoais,
tão minhas que no rosto se espelhavam
e cada gesto, cada olhar
cada vinco da roupa
sou gravado de forma universal,
saio da estamparia, não de casa,
da vitrine me tiram, recolocam,
objeto pulsante mas objeto
que se oferece como signo de outros
objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
de ser não eu, mas artigo industrial,
peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.
Carlos Drummond de Andrade
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