Dia Nacional da Consciência Negra é uma data de celebração e de conscientização sobre a força, a resistência e o sofrimento que a população negra viveu no Brasil desde a colonização. Durante o período colonial, aproximadamente 4,6 milhões de africanos foram trazidos para o Brasil para servirem na condição de escravos, trabalhando primeiramente em lavouras de cana-de-açúcar e no serviço doméstico, e posteriormente na mineração e em outras lavouras.
Muitos escravos recém libertos permaneceram nas fazendas onde
eram cativos por não terem para onde ir. A grande maioria dessa população era
analfabeta e não sabia outro ofício, além do trabalho intenso e pesado das
lavouras. No Rio de Janeiro, muitos escravos foram procurar as regiões difíceis
de erguer construções na cidade (os morros) para construírem suas moradias,
configurando as primeiras favelas. A situação deixada para a população
negra no Brasil foi extremamente precária.
Na década de 1970, ativistas ligados a um grupo de quilombolas
situado no Rio Grande do Sul passaram a reivindicar a celebração do Dia da
Consciência Negra no Brasil na data de 20 de novembro. Em
1978, surgiu o Movimento Negro Unificado no País, que passou a promover
uma série de ações para pensar a consciência negra e lutar contra o racismo no Brasil. Graças
ao movimento, o Dia da Consciência Negra tornou-se uma data lembrada todo ano
como representativa da luta da população negra.
Saiba mais: Limitações
da Lei Áurea: as consequências geradas aos negros libertos
Por que
escolheram o dia 20 de novembro?
A escolha do dia 20 de novembro não foi aleatória, foi feita por
ser a data
de morte de Zumbi dos Palmares, no dia 20 de novembro de 1695.
Zumbi foi o maior líder do Quilombo dos Palmares.
Os quilombos eram comunidades formadas por negros escravizados que fugiam da tirania de seus senhores e escondiam-se em lugares de difícil acesso no meio das matas. O Quilombo dos Palmares foi o maior e mais duradouro dos quilombos registrados pelos estudos historiográficos. Estima-se que a sua formação tenha durado cerca de 100 anos e abrigado entre 20 mil e 30 mil habitantes. A localização territorial do Quilombo dos Palmares era na região da Serra da Barriga, atual estado de Alagoas.
Zumbi foi um grande líder
e representante da resistência negra em sua época. Fontes antigas, que hoje
são questionadas pela historiografia, apontam que ele nasceu em Palmares, porém
foi capturado e tomado como escravo aos sete anos de idade. Nessa época, Zumbi
teria ficado sob os cuidados de um padre jesuíta, que
o batizou na tradição católica e o alfabetizou em português e latim. Aos quinze
anos de idade, Zumbi teria fugido para o Quilombo dos Palmares e, depois,
destacado-se como uma liderança por lá.
Não é possível atestar a veracidade desses dados porque, além de
não terem confirmações históricas, é possível que eles tenham surgido em um
momento específico, no século XIX, em que a imagem de Zumbi foi construída como
um símbolo
heróico para a justa defesa da abolição da escravatura.
Havia, portanto, um uso político da imagem de Zumbi e uma construção heróica
com uma finalidade específica, mas que pode não condizer com a realidade dos
fatos sobre a vida do líder de Palmares.
Foram muitas as batalhas que os quilombolas de Palmares lutaram
contra o exército português no Brasil e contra expedições promovidas por
capitães e por fazendeiros colonos. Zumbi despontou-se como uma grande
liderança justamente por ser um grande estrategista militar e
representante de forte resistência contra os colonos
escravocratas.
Embora pouco conhecida, outra figura importante dentro do
Quilombo de Palmares foi Dandara de Palmares.
Apesar de poucas fontes historiográficas sobre a figura de Dandara, sabe-se que
ela foi uma
grande guerreira resistente. Fontes historiográficas apontam
que ela foi esposa de Zumbi e teve com o líder quilombola três filhos. A morte
de Dandara ocorreu em 1694, quando foi capturada. Para fugir da escravidão, a
guerreira de Palmares cometeu suicídio jogando-se de um desfiladeiro.
Em 1694, tropas organizadas pela expedição do bandeirante Domingos Jorge
Velho conseguiram êxito, capturando vários quilombolas. Na
expedição, os bandeirantes utilizaram inclusive artilharia pesada, como canhões
de guerra. Dessa maneira, a bandeira capturou o quilombola Antonio Soares e
prometeu-o a liberdade em troca da revelação do esconderijo do líder Zumbi.
Antonio Soares cedeu e traiu o líder de Palmares, revelando o
seu esconderijo. Em novembro de 1695, as tropas de
Domingos Jorge Velho capturaram Zumbi e mataram-no,
degolando a sua cabeça e expondo-a em praça pública. Nesse evento, os
bandeirantes dominaram os quilombolas, desfazendo o quilombo. Os habitantes que
não foram mortos ou capturados tiveram que fugir do local.
Assim, o dia 20 de novembro foi escolhido para representar o Dia Nacional da Consciência Negra por conta da importância da figura de Zumbi dos Palmares na luta e resistência contra a escravidão de povos de origem africana. Fonte - mundoeducacao
EEEM Santo Antônio 25 anos de compromisso com a comunidade! ESCOLA RESTAURATIVA "Valorização do ser humano e do meio em que vive, em busca de transformação." |
Nenhum comentário:
Postar um comentário