"Há exatos 20 anos, em 2 de maio de 1997, morria um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, Paulo Freire. É o brasileiro mais homenageado da história, com 29 títulos de doutor honoris causa de universidades da Europa e América e diversos prêmios internacionais, como o de Educação para a Paz da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), recebido em 1986.
Paulo Freire defendeu uma educação crítica como prática da liberdade, a educação como ato dialógico e a necessidade de o professor ser pesquisador e ter rigor científico nas suas aulas, entre tantos outros aspectos. Duas décadas após a sua morte, essas ideias continuam vivas e cada vez mais presentes nas ações, projetos e políticas de educação integral."
Fonte - educacaoeparticipacao
"... Paulo Freire, que nos deixou o legado de uma pedagogia crítica e libertadora dos oprimidos. Ela compreende a educação no sentido amplo, como processo de formação, cujo objetivo fundamental é de humanizar e emancipar.
Suas formulações, sua prática educativa, demonstraram que a educação não pode se limitar a transmitir conteúdos, mas, sobretudo, a produzir conhecimentos como elemento constituinte da prática da liberdade. Ele afirma que “não basta saber ler que ‘Eva viu a uva’. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho”. Ou seja, a educação, ao pretender emancipar, deve tomar como ponto de partida a realidade, a situação de exploração dos oprimidos e análise crítica desta, para a busca da superação dessa situação de opressão, através da luta, organização e a construção de uma sociedade justa e igualitária.
Freire acreditava profundamente no ser humano e nos ensinou que somos seres inconclusos, compreendendo a educação e a aprendizagem como processos que perduram a vida toda. Dessa forma, acreditava que a mudança é possível, e compreendia a educação como uma instrumento para essa mudança, recusando o pensamento fatalista (neoliberal) que nega o sonho de outro mundo possível. Nas palavras de Freire, “a educação não muda o mundo, a educação muda as pessoas, as pessoas mudam o mundo”.
Ele nos inspira a nutrir o nosso difícil e sempre atual processo de luta pela superação das opressões. No dia 17 de abril de 1997, em sua última entrevista, referiu-se à marcha do MST como uma das expressões da importância da organização dos que não têm escola, dos reprovados, dos que querem amar e não podem. “Eu estou absolutamente feliz por estar vivo ainda e ter acompanhado essa marcha histórica que, como outras, revela o ímpeto da vontade amorosa de mudar o mundo”.
O mestre Freire está vivo nas diversas educadoras e educadores que ensinam a ler criticamente o mundo e nas educandas e educandos que aprendem que a liberdade está além do ABC. Seu legado está presente na luta por uma Educação Pública e Popular."
Fonte - outraspalavras
Links sobre os 20 anos da perda de um dos maiores educadores brasileiros de todos os tempos:
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